segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

enfim,

hoje cederam o lugar pra mim no ônibus, mas eu recusei. Estranhei a gentileza e duvidei que fosse pela barriga, devia ser um surto de boa vontade. Até que uma outra senhora mais velha ofereceu-me seu acento. Permaneci em pé, impressionada com o fato inédito de deixar de ser gorda pra ser grávida. Desde que me fantasiei de grávida-almodóvar numa festa na sexta passada tenho experimentado esse reconhecimento súbito. Mas parece que desde então a barriga de verdade quer imitar a postiça. Assim como as portas e os sorrisos se abriam, veio a consagração final, a cereja no sorvete, o pinguim na geladeira: o assento do metrô.

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