segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

lá vamos nós



Ontem foi um dia de treino. E sem que tivéssemos nos programado pra isso, de repente, meu dia estava povoado por nenens, grávidas, mães e pais.

Pela manhã foi o aniversário do filho de uma amiga. Ele pessoalmente nos convidou pra sua festa - convidou ao Felipe, na verdade. Disse que eu podia ir também, se quisesse. Chegando lá um punhado de crianças tomando banho de piscina na chuva enquanto os pais revesavam-se na produção da festa. E eu, café-com-leite, ficava mei-lá-mei-cá, ocupando-me com minhas vertigens diante do futuro. O Felipe tinha a certeza que preferia a piscina na chuva das crianças que os pães com mate dos adultos.

A hora do almoço passamos na companhia do Antônio e deus pais, um casal amigo. Em poucos minutos Atônio já parecia ser de casa: explorava cada cantinho, cada adereço, cada tomada, enfim, tudo o que lhe fosse proibido. Nós adultos revesávamos mais uma vez nos preparativos dos comes-e-bebes, das advertências pós parto, no encantamento desse novo mundo que se abre. Tão mágico que é. Mágico e misterioso. Eu mais uma vez tendo vertigens e o Felipe lá, ganhado um novo amiguinho.

Daí a noite fomos ver um filme. "Away we go", ele se chama. Um casal gente boa com uma gravidez inesperada mas não indesejada, procuram por um lugar onde viver, onde lançar no mundo a si mesmos e a sua nova cria. Menos do que sobre crianças, o filme é sobre esse estado estranho que é estar grávido. Esta condição biológica que ao mesmo tempo em que é a coisa mais incrível do mundo, é também a mais banal. É estranho como o mesmíssimo fato pode ser tão maravilhoso e tão prosaico. Enquanto eu ia me dando conta de mim, o Felipe chorava.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

solstício de verão

Agora já vamos entrando pro terceiro mês. Período crítico, dizem. São nos primeiros três meses que o bebê (ou embrião) está mais vulnerável e todo o cuidado nesse período é pouco. Engraçado porque é justamente o período em que a gravidez dá pra passar despercebida, ainda mais no meu caso que até agora não tive enjoos. Acho que poderia estar percebendo agora, não fosse a minha implacável suspeita de gravidez que me persegue todo santo mês. Uma hora ela teria que ser saciada.
Pois é, na verdade esse post é uma mea culpa para aqueles que ainda não foram avisados da gravidez. Amigos e familiares brasilienses, perdoai e esperai. É que contar assim de longe é chato, e queremos vc pertinho pra fazermos umbigadas. Presentinho de natal.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

tem alguém aí?



Essa aí é a barriga com um mês mais ou menos. Já tá maiorzinha agora. Aliás, é incrível como algo de três milimetros já modifica tanto seu corpo... E tou adorando mudar. Barriga, peito, cabelo, pelo, conversas, horas de sono, comida... ai, a comida...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

luisa, joaquim, anita, antônio, lia, ian...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

cronicidade

Fato curioso é que gravidez parece ser algo contagioso. É só liberar o verbo que de repente surgem várias barrigas dividindo o espaço do mundo com a sua. Ontem tive a notícia: mais uma prima grávida. Com ela somos três! Fiquei feliz em pensar que vamos passar alguns janeiros juntos, tomando sol em algum pedaço da praia de cabo branco, no sol de sete horas da manhã.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pessoa

Não tem nem dois meses completos, mas já tem um coraçãozinh batendo. Não tem nem nome, nem forma. Saco gestacional único, o médico disse. E aumentou o volume do coração. Desde então estou com o coração na barriga, literalmente. Um saco gestacional único com coração. Um monte de celulas querendo ser pessoa.

Saí de lá pensando que pra mim o saquinho - cujo diminutivo já vai lhe conferindo uma pessoídade - já tem uma realidade. E a cada dia o realizo de alguma forma: ele me deixa tonta, faminta, ansiosa, mal humorada, cheia de planos, saudável, gorda, bonita. Daí fico achando que bem aqui na minha cosmologia ele já é uma pessoínha.